Entrou esta semana em ação um sistema de armazenamento de energia por bateria, com apoio de fundos europeus, que vai maximizar a integração de energias renováveis na região dos Açores.
No total, este projeto teve um investimento de 14 milhões de euros, cofinanciado em 85% pelo Programa Operacional Açores 2020, através do FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
Será um dos maiores sistemas independentes de armazenamento de energia por baterias a ser instalado numa ilha na Europa, com gestão inteligente da microrede para prever o consumo e a produção de energia e reduzir as emissões de CO2 em mais de 3.500 toneladas por ano
O novo sistema, inaugurado a 13 de março na ilha Terceira, tem uma potência instalada de 15MW (megawatts), distribuída por seis inversores, e uma capacidade de armazenamento de 10,5 MWh (megawatts por hora).
O projeto foi concebido e implementado pela EDA – Eletricidade dos Açores e foi desenhado e construído pelo consórcio formado pela Siemens Portugal e pela Fluence, em colaboração com a EDP e outras entidades.
O novo sistema inclui um software de gestão de micro-redes – instalado pela primeira vez em Portugal que, de acordo com a Siemens, permite monitorizar em tempo real todo o sistema elétrico da ilha e fazer estimativas mais aproximadas da produção e consumo de energia para vários dias e horas, com base em previsões meteorológicas e dados históricos.
Assim, será possível maximizar a integração de energias renováveis, em especial a eólica, a geotérmica e, futuramente, a solar, mantendo níveis elevados de qualidade, fiabilidade e continuidade no abastecimento elétrico da ilha.
Este sistema reduz a necessidade de utilização de grupos geradores térmicos e, em consequência, diminui o consumo de combustíveis fósseis importados – no total, estima-se uma redução de 1152 toneladas de fuelóleo por ano, bem como da emissão de gases com efeito de estufa para a atmosfera em menos 3.636 toneladas de CO2 por ano.
Adicionalmente, reforça a quota de produção de energia elétrica a partir de recursos renováveis e endógenos da ilha para mais de 50%, após a conclusão dos novos investimentos em curso e previstos para aproveitamento destas fontes de energia.
“O projeto permite-nos mitigar a instabilidade causada pela flutuação dos recursos renováveis intermitentes, como a energia eólica, e pode substituir reserva girante diesel necessária para lidar com os desafios de garantir a estabilidade da rede elétrica bem como os requisitos de qualidade da energia de um sistema isolado, como o nosso” diz Nuno Pimentel, presidente do Conselho de Administração da EDA.
Fonte: Siemens/Expresso