Investigadores da Universidade de Coimbra (UC) desenvolveram um substituto do plástico a partir de nanocelulose combinada com um mineral fibroso, totalmente biodegradável e biocompatível, no âmbito do Projeto ‘FilCNF’, cofinanciado pelo Programa Operacional CENTRO 2020.
Os investigadores sublinham que “a grande inovação” deste novo substituto do plástico é o uso de minerais fibrosos, “que não têm qualquer risco para a saúde, e também a preparação dos filmes por filtração, o que acelera muito o processo de produção”.
Num comunicado de imprensa, a UC afirmou que o novo material tem várias aplicações, desde logo “embalagens alimentares e impressões eletrónicas, abrindo portas à fabricação de plásticos mais sustentáveis”. Foi desenvolvido ao longo dos últimos três anos, em parceria com o Instituto Politécnico de Tomar (IPT) e a Universidade da Beira Interior (UBI), contando ainda com a colaboração da empresa espanhola TOLSA.
Esta nova solução ecológica, “que, na prática, se traduz numa nova classe de filmes compósitos”, foi produzida a partir de nanocelulose, “obtida através de processos mecânicos, químicos e enzimáticos, combinada com um mineral fibroso, um recurso geológico que permite a redução de custos e a melhoria de propriedades mecânicas e de barreira muito importantes”.
Embora o projeto tenha sido pensado para embalagens alimentares e eletrónica impressa, “há muitas outras aplicações que podem beneficiar desta solução, tais como a conservação e restauro de documentos importantes em suporte de papel que tenham problemas de degradação com o envelhecimento”, acrescenta o comunicado.
A utilização massiva de plásticos e a incapacidade de fazer uma reciclagem apropriada é cada vez mais um tema de grande importância na sociedade contemporânea. “Por isso, é fundamental a procura de novos materiais produzidos a partir de recursos não fósseis, isto é, de recursos renováveis, para reduzir o uso do plástico”, defenderam.
A investigação foi desenvolvida no âmbito do projeto ‘FilCNF: Nova geração de filmes compósitos de nanofibrilas de celulose e partículas minerais como materiais de elevada resistência mecânica e propriedades de barreira a gases’, financiado em 190 mil euros pela FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia e pelo FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, através do CENTRO 2020.
Fonte: IPT/UC/Lusa