O Município da Ponta do Sol, na Madeira, inaugurou a Casa de Colmo da Torre, reabilitada com apoio de fundos europeus, um novo ponto de interesse para atividades tradicionais e mostras vivas a decorrerem no seu interior como bordado, tecelagem e produção de calçado.
Foram investidos quase 150 mil euros na compra e recuperação deste espaço, localizado na freguesia dos Canhas, dos quais 60 por cento foram apoiados por fundos europeus do LEADER que dá apoio ao Desenvolvimento Local através do PRODERAM 2020 – Programa de Desenvolvimento Rural da R.A. Madeira.
Numa primeira fase, esta casa-museu funcionará de segunda a sexta-feira, entre as 09h30 e as 16h30, sendo a entrada livre.
A Casa de Colmo da Torre é uma construção que data dos finais do séc. XIX e é um exemplo singular e típico de uma casa tradicional com cobertura de palha.
Além da preservação das técnicas de construção daquela altura, no processo de reabilitação foram recuperadas algumas peças de vestuário, bem como algumas peças de louça e mobiliário, que passaram a fazer parte do recheio em exposição.
De configuração retangular, o prédio é composto por uma edificação habitacional com 38 metros quadrados com cobertura de palha (ou colmo), um terreiro de alvenaria de pedra seca basáltica e um interior revestido com argamassa, complementado por um espaço vivencial exterior de latada de vinha e jardim.
A casa possui apenas duas portas, situadas em duas das suas fachadas sem janelas. A cobertura, de quatro águas, é de restolho (palha), com armação em madeira, sendo a palha ocultada no seu interior por uma forra de cana-vieira.
Durante a cerimónia de inauguração, a presidente da Câmara salienta que “o projeto passa por preservar alguma da nossa memória cultural coletiva e dar a conhecer aos mais novos as atividades e ofícios que decorriam em casas com esta”.
A Casa de Colmo da Torre constitui, assim, “um polo turístico-cultural, em que além de se poder visitar uma habitação popular tradicional, equipada com mobiliário e vestuário da época, se realizam oficinas artesanais que incluem ações de formação em artes tradicionais”.
Por outro lado, este também um lugar de excelência para a promoção de produtos tradicionais do concelho e da Região, pelo que, “para contribuir para a dinamização desta valência”, instalou-se uma pequena oficina de fabrico e exposição das tradicionais ‘botas chãs’, dinamizada pelo artesão Duarte Rocha, um dos poucos (senão mesmo o único) que continua a fazê-lo usando os métodos tradicionais e que, por esse motivo, fornece grupos de folclore e os carreiros do Monte.
Fonte: C.M. Ponta do Sol