UMinho descobre nova levedura nas uvas com potencial comercial

Out 28, 2020 | Sem categoria

Uma equipa da UMinho – Universidade do Minho, descobriu nos Açores uma nova espécie de levedura que pode ter muito potencial comercial para a produção de biomassa e lípidos, uma investigação apoiada por fundos UE.

 

A investigação contou com o apoio do FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, através do Programa Operacional COMPETE 2020, e da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

 

A equipa liderada por Ricardo Franco-Duarte, encontrou uma nova espécie de levedura em uvas nos Açores, com potencial para a produção de biomassa e lípidos e a descoberta acaba de ser publicada no prestigiado “International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology”.

 

A levedura é um microrganismo essencial, por exemplo, na produção de vinho, pão e cerveja. O alimento (substrato) favorito da levedura é normalmente a glucose, mas é dispendiosa. Por isso, explica o investigador, tem-se procurado substratos alternativos e mais acessíveis, como o amido, que tem várias moléculas de glucose e surge no arroz, batata e trigo, entre outros. A levedura agora descoberta, ‘Clavispora santaluciae’, destaca-se precisamente por ter enzimas que degradam o amido, ou seja, pode ter muito potencial comercial.

 

Ricardo Franco-Duarte explica que a nova levedura, além de alargar o conhecimento da biodiversidade vínica, “abre perspetivas para potenciais aplicações na produção de compostos de valor acrescentado, como biomassa e lípidos”.

 

A produção de substâncias de interesse industrial a partir de resíduos agroindustriais, por exemplo, é uma opção relevante, ao reduzir impactos ambientais e ao acrescentar valor aos resíduos.

 

“Espero que esta investigação aumente a perceção do potencial de novos isolados de leveduras a nível biotecnológico, como alternativa à utilização de leveduras convencionais”, destaca o investigador do Centro de Biologia Molecular Ambiental da UMinho.

 

A equipa de Ricardo Franco-Duarte integra cientistas das universidades dos Açores, Minho e Liubliana (Eslovénia) e do Centro Laimburg, em Itália, tendo o estudo sido realizado em 33 locais de sete ilhas do arquipélago dos Açores.

 

Foram recolhidas 105 amostras de uvas e identificadas 28 espécies de leveduras. A nova espécie, ‘Clavispora santaluciae’, deve o nome à quinta de Santa Luzia, situada na baía de São Lourenço, na ilha de Santa Maria.

 

 

Fonte: Uminho/Económico/CorreioAçores